Em certo reinado, corria um boato de que havia um jovem
que parava a contemplar as muralhas do Palácio do Rei,
e proferia sempre as mesmas frases.
Colocava-se em atitude de Oração,
e elevando os olhos à grandeza e altura destes muros,
ali permanecia estático por horas, sem alimentar-se.
Não demonstrava o menor cansaço, parecendo querer devassá-los.
Quis o Rei inquirir este jovem, e pediu que a ele fosse conduzido.
Este humilde camponês mantinha o hábito de caçar borboletas, mas as soltava,
após admirá-las... Prática diferente à conjecturava o Monarca!
Após o diálogo íntimo com as Muralhas do Palácio, ele, o jovem, toma o caminho das matas,
e ali, frente às Estrelas, permanece mudo e impassível, como em estado de reflexão,
disse um dos servos do rei...
E um dia, ao estar o campônio a admirar a altura das muralhas,
foi convidado a penetrar no Palácio.
Constrangido pelas simples vestes que usava, não quis entrar.
Foram-lhe oferecidas novas vestes, mas ele relutava...
O Rei decidiu descer e ir até ele. Após interrogá-lo, num gesto de bondade,
convidou-o a sentarem-se na parte de fora do Castelo.
Trouxeram o Trono Real, e um campanário, pois o Rei fechava os olhos
diante da luz forte do Sol. Era um Rei frágil...
Logo se fez companheiro do jovem, que a tudo admirava calado.
Que fazes, bom servidor, que paras à porta das minhas muralhas para admirá-las,
e partes para a floresta, logo após?
Estais a intrigar quem o vê assim, a pensar, disse o Rei...
Vossa Majestade já notou a diferença de pedras,
que juntas levantam uma Muralha para protegê-lo?
Das borboletas que desprezam os seus casulos, em busca do sol?
Cobrem-se de lindas cores?...
E o Meu Rei, continua a desejar as Muralhas!...
Estou orando para que Vossa Majestade descubra, como minhas borboletas,
a beleza do sair de um casulo!...
Preocupa-me essa vossa demorada permanência dentro de Vossas Muralhas.
O Vosso Casulo de Pedra poderá muito tarde se romper,
e Vossa Majestade perder as definitivas cores que a Natureza tem para vos oferecer...
R E F L E X Ã O:
Somente conseguiremos nossas Verdadeiras Tonalidades,
se derrubarmos as Muralhas que nos impedem de ver a Luz
O Monge
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